terça-feira , 1 abril 2025
Ínicio Max Análise do final de Beleza Fatal: A vingança tem preço!

Análise do final de Beleza Fatal: A vingança tem preço!

Beleza Fatal entregou tudo: vingança, sofrimento, barracos e reviravoltas!

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Camila Queiroz
Camila Queiroz como Sofia

Beleza Fatal foi uma das novelas mais marcantes dos últimos anos, trazendo uma narrativa intensa e envolvente, com vingança, sofrimento e dramas familiares bem dosados. Embora o final tenha dividido opiniões, a trajetória da protagonista Sofia foi coerente com o que a trama se propôs a apresentar: uma história de obsessão e retaliação, onde a felicidade plena era um objetivo inalcançável.

A trajetória de Sofia: vingança acima de tudo

A comparação com Revenge é inevitável. Sofia, assim como Emily Thorne, mergulhou tão fundo em sua vingança que acabou se afastando de todos que amava. No fim, ela conseguiu seu objetivo, mas pagou um preço alto, mostrando que a busca pela justiça pessoal pode ser tão destrutiva quanto o próprio crime cometido contra ela. A falta de um final feliz para a protagonista reforça o tom realista e agridoce da novela, algo raro em novelas brasileiras, que costumam apostar em finais redentores.

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A hipocrisia da família Paixão

Outro ponto interessante foi a transformação repentina da família Paixão, que só demonstrou “bondade” quando Rog já estava morto e a verdade sobre a morte de Mariana veio à tona. Até ali, foram frios e implacáveis com Sofia, negando qualquer empatia, mesmo quando ela cogitou desistir da vingança. A novela soube explorar bem essa dualidade moral, mostrando que, muitas vezes, os chamados “mocinhos” também tomam atitudes questionáveis.

A necessidade de novelas mais curtas

Com uma narrativa ágil e sem enrolação, Beleza Fatal provou que novelas mais curtas funcionam melhor para o público atual. Em uma época em que ninguém mais aguenta tramas de 200 capítulos cheias de barriga, a produção soube entregar um roteiro direto e bem estruturado, sem perder a intensidade.

Elenco e personagens: atuações marcantes

O elenco foi um dos pontos altos da novela. Camila Queiroz brilhou no papel de Sofia, trazendo uma complexidade que poucas protagonistas vingativas conseguem sustentar. Camila Pitanga, como sua rival, entregou uma atuação à altura, tornando a rivalidade entre as duas o grande motor da trama. Giovanna Antonelli, embora excelente, teve sua personagem Elvira um pouco subaproveitada, o que gerou questionamentos sobre sua relevância na história.

Júlia Stockler, por sua vez, foi um dos destaques inesperados da novela. Sua personagem, Gisela, teve uma das cenas mais impactantes ao dar o troco no marido em um único episódio, conquistando o público.

Raphael Montes: uma nova era para as novelas?

Raphael Montes provou que tem talento para construir tramas de suspense e reviravoltas surpreendentes. Depois de Bom Dia, Verônica e Uma Família Feliz, sua estreia em novelas foi um sucesso, mostrando que o Brasil precisa de roteiros mais ousados e bem trabalhados. Sua narrativa ágil e repleta de reviravoltas manteve o público engajado, e a expectativa agora é que a Max invista em mais produções dele.

O final: agridoce, mas coerente

O desfecho da novela pode não ter agradado a todos, mas foi coerente com a história que foi contada. Como o próprio Raphael Montes disse, era impossível fazer um final que fosse unanimemente aceito. Apesar de não seguir o caminho tradicional das novelas, onde a justiça é sempre restaurada de forma plena, o final deixou sua marca.

Sofia Fernandes entra para a galeria das protagonistas vingativas mais icônicas da TV, ao lado de Nina (Avenida Brasil) e Clara Tavares (O Outro Lado do Paraíso). Seu diferencial? Ela não tentou ser melhor que os vilões, mas sim se igualar a eles, tornando sua trajetória ainda mais impactante.

No fim das contas, Beleza Fatal mostrou que o público brasileiro ainda pode ser surpreendido por novelas bem escritas e que saem do óbvio. Se a Max souber aproveitar esse sucesso, podemos estar diante de uma nova era na teledramaturgia nacional.

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