sexta-feira , 22 novembro 2024
Ínicio Especiais André Nepomuceno, o primeiro protagonista internacional da série de sucesso mundial “Blippi”

André Nepomuceno, o primeiro protagonista internacional da série de sucesso mundial “Blippi”

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André Nepomuceno, ator e apresentador, foi escolhido para viver JUCA no primeiro spin off internacional de “Blippi”. Desde 9 de janeiro ele interpreta Juca na série de mesmo nome que é a extensão do sucesso internacional “Blippi” no Brasil, exibida na HBO Max, Cartoonito Brasil e também disponível no Youtube. O ator foi selecionado pelos produtores norte-americanos após audições feitas de forma virtual e presencial.

“O convite chegou como um teste de elenco de rotina, e desde sempre veio brifado como um projeto infantil com uma proposta linda, porém não detalhada, por todas as questões de confidencialidades que o envolviam. Sendo assim, a diretora de elenco fez a pesquisa dentro do perfil e me pré selecionou, juntamente com algumas dezenas de atores, para fazer a primeira etapa dos testes. A primeira parte foi através do envio de material on line, a partir daí fui passando para as próximas fases até chegar ao teste presencial, que por sua vez, foi apresentado à equipe Blippi nos EUA, que me escolheram dentre os demais finalistas, para dar vida ao JUCA” – relata André.

O ator ainda fala da importância de fazer parte de um projeto de reconhecimento internacional, além de ser o primeiro personagem fora dos Estados Unidos da marca Blippi.

“Ser o primeiro personagem da marca Blippi fora dos EUA, no mundo, é um grande privilégio e representa uma alegria quase que inenarrável, pois o Brasil é um país com dimensão territorial quase que continental.  Representar um país, nesse segmento, fazendo parte da infância de uma geração de crianças e ser aprovado por seus respectivos tutores, é muito significativo. Trazer representatividade para crianças brasileiras, dentro e fora do país, enquanto um homem preto retinto, cuja população nacional apesar de ser majoritariamente preta, acaba sendo minimamente representada em lugares positivos de destaque, é muito mágico. É dar luz a um lugar de representatividade ainda não vivido aqui. Pois pelo menos dentro das minhas memórias que, resgatadas trazem somente a lembrança de mulheres brancas que, apesar de incríveis, ocuparam posições semelhantes a essa, mas num lugar de menor identificação populacional, segundo o próprio IBGE. Acho que homem preto nesse lugar de protagonismo dentro do universo infantil, no Brasil, é inédito. Provavelmente outros personagens e amigos do Blippi virão, mas JUCA sempre será o primeiro! O caminho que percorri profissionalmente e as escolhas que fiz durante a minha trajetória, me trouxeram até aqui. Por isso estou muito feliz” – explica.

Antes de iniciarem as gravações no Brasil, André teve um encontro com Stevin W. John, o criador e ator que vive o Blippi há 9 anos.

Megan de Souza

 “O primeiro encontro com o Stevin foi muito positivo. Estávamos muito felizes. Ele e eu. Ele porque eu representava a materialização de um sonho antigo dele que é ter amigos do Blippi em outros países (e o JUCA era o começo da realização desse sonho). E eu, porque estava diante do trabalho de maior visibilidade na minha carreira até então. Porém também me senti bastante tenso e nervoso por não dominar o inglês e, devido à grandiosidade do Blippi no Brasil e no mundo. Eu estava ali diante “do cara”! Era como estar almoçando com a Xuxa, em plenos anos 90, e fingir costume e naturalidade (rs)” – revela.

Nepomuceno ainda fala das gravações junto ao ator que vive Blippi, que aconteceram em 2022, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brotas. Tendo diversas locações em cada uma delas.

 “As gravações foram muito divertidas. Apesar de ele fazer a série há quase uma década, conseguiu ter toda paciência e empatia necessária para que eu me sentisse confortável durante todos os nossos dias de set de filmagem. Uma coisa muito importante que vale a pena ressaltar aqui, e que fez toda a diferença no meu processo, foi que ele me positivava a todo tempo. Sempre que terminávamos alguma cena, ele se mostrava feliz e satisfeito com o meu desempenho. Isso me tranquilizou muito, me deixou mais confiante e disponível para o trabalho” – lembra o interprete de Juca.

“Blippi” tem uma grande repercussão também no Youtube, em seu canal oficial soma mais de 17 milhões de inscritos, além de mais de 14 bilhões de visualizações. No Brasil, o canal iniciado em 2020, soma quase 2,5 milhões de inscritos e se aproxima da marca de 1,5 bilhões de visualizações.

“A repercussão junto as crianças, e também aos pais, tem sido incrível. Estou sendo abordado por uma nuvem de amor, afeto, carinho e gratidão que me envolve por todos os lados. Mensagens de carinho, gratidão e declarações de amor são constantes. Pais e mães têm se tornado meus fãs por causa dos seus respectivos filhos, que hoje são apaixonados pelo JUCA, por suas brincadeiras e aventuras. E, além disso, algo muito especial é o fascínio que a maioria das crianças com transtorno do espectro autista tem pelos personagens do universo “Blippi” (Juca, Blippi e Meekah). Há relatos muito positivos sobre seus desenvolvimentos e aprendizados a partir dos nossos episódios” – vibra.

O programa é um produto voltado para as crianças e tem como essência incentivá-las, motivá-las a explorarem o mundo ao seu redor e a partir disso desenvolver seus aprendizados.

“Colaboramos com o aprendizado das crianças na identificação de cores, números, formas. Estimulamos o contato com a natureza, com os animais, a curiosidade, a importância de ter um adulto ou responsável validando e acompanhando determinadas atividades, e o que em minha opinião é o principal, é o lugar onde o objetivo não é ganhar e sim tentar e se divertir” – complementa André.

O ator ainda fala como foi transformador para ele dá vida a Juca e acessar um local que achava que não se encaixava, o de falar com as crianças.

Wallace Santiago

“Fazer um produto para crianças nunca passou pela minha cabeça. No início do projeto eu tive medo de não agradar por me considerar sério demais. E como tive uma infância tomada por muitos conflitos familiares que anularam um pouco a parte lúdica e a magia dessa fase, por vezes temi não dar conta do projeto. Porém quando começamos a estudar, visitar locações e entender melhor a personagem, fui me apaixonando e me divertindo cada vez mais. Então o check mate foi a partir da estreia, onde as crianças e pais aprovaram o nosso trabalho. A partir daí, ressignifiquei tudo, e estou mergulhando de cabeça, completamente apaixonado pelas narrativas que envolvem esse universo” – reflete.

André ainda fala sobre como é fazer Juca, sendo um homem preto de pele escura, ocupando um papel de destaque, sendo hoje uma figura que na sua infância não havia etnicamente representada protagonizando grandes produções para o público infantil e o quanto isso é importante para uma geração que está sendo formada.

“Vejo acima de tudo como uma forma muito coerente e assertiva de gerar representatividade e identificação com o grande público. Pois já estamos por todas as partes, só que geralmente no setor de serviços, atendendo numa lanchonete, loja, shopping, nos serviços gerais, na segurança e etc. Então, nossos corpos pretos que foram e são tão competentes para prestar serviços manuais e braçais nesse país, também podem e devem prestar serviços educacionais, sociais, intelectuais, educativos e tantos outros. Talvez o Brasil não tenha conseguido se ver como de fato é ao longo dos anos de sua existência. Mas perceber que o olhar de fora, no caso a equipe dos EUA, nos entendendo como um país miscigenado, predominantemente preto, e a partir daí definir como pré requisito de seleção que traga representatividade nesse universo infantil, um homem preto, é fantástico” – complementa.

Antes de ser o primeiro protagonista internacional em “Blippi”, André, que possui 12 anos de carreira, passou por vários trabalhos no teatro e no audiovisual.

“Já fiz aproximadamente 90 campanhas publicitárias, protagonizei uma série documental para a Discovery Channel (2014), interpretei Cartola, onde fiz o pai do Paulo da Portela e contracenei com a atriz e cantora Zezé Motta (mãe do Paulo da Portela) no teatro musical que teve como tema o próprio Paulo da Portela (2015). Ao logo desse tempo fui aprofundando em trabalhos mais sólidos em séries e teledramaturgia, minha primeira participação na TV Globo foi em 2016 na novela “Haja Coração”, em 2018 entrei para o streaming participando da série “UBS” (Universal TV, atualmente no catálogo da Globoplay) e, recentemente compus o elenco da série “Beijo Adolescente” (HBOMax, 2023) e da série “O Negociador” (Amazon Prime, 2023), as duas últimas com estreias ainda não divulgadas” – explica.

O carioca de 36 anos nascido em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, ainda fala de outros projetos para 2023.

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“Tenho alguns, mas preciso ter muita calma e responsabilidade ao falar sobre, para não meter os pés pelas mãos ou gerar frustrações ao meu público. Contudo, posso adiantar que sou um comunicador nato. E estou trabalhando em projetos que envolvem comunicação, arte, pais e filhos. O universo infantil é o meu mais novo xodó” – finaliza Nepomuceno.

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