Valmor Becker tem 34 anos e uma carreira de sucesso nas passarelas e como modelo fotográfico. Seu nome representou várias marcas famosas como Chili Beans, Colcci, Calvin Klein e Cartier.
Bonito, culto e perfil internacional, Becker pode não ter sofrido discriminação, mas sua orientação sexual lhe valeu muitas “cantadas”. “Sou heterossexual, uma condição incomum no mundo da moda”, conta.
Becker observa que um heterossexual homem no mundo fashion se torna um “estranho no ninho”. “É algo incomum e, às vezes, acaba causando espanto por parte daqueles que estão inseridos no segmento da moda”. Becker ressalta que para o público, de um modo geral, “todos os modelos homens são gays; seria como um rótulo”, observa. Ele acredita que essas impressões têm muito a ver com o autocuidado que a profissão exige com o corpo, da pele, cabelo, da forma como se veste, se comporta etc.
Ele percebe que está acontecendo mudanças, principalmente, em relação à questão de que um modelo homem não precisa ser homossexual para abraçar a carreira. “A meu ver isso não tem importância alguma, não faz ninguém melhor ou pior que ninguém. É simplesmente uma profissão como qualquer outra”, sublinha.
O modelo afirma que não sofreu preconceitos por ser heterossexual, mas conta que, às vezes, ocorreram assédio e tentativas de aproximação por parte das pessoas que convivem com a moda. “Confesso que não me incomodo, acho até engraçado. Lido muito bem com essas situações, sendo educado e expondo os limites. São ocasiões que não me abalam, apesar de ter passado por momentos constrangedores”. Para Becker não é possível admitir que essas situações atrapalhem ou interfiram em sua vida profissional e nem que sejam condições para a realização de um trabalho.