O ator Mateus Honori está vivendo um dos momentos mais intensos e representativos de sua carreira. Em “Guerreiros do Sol”, série original do Globoplay, ele dá vida a Lucínio, personagem fundamental numa trama que mistura amor, política, vingança e a dura realidade do cangaço no sertão das décadas de 1920 e 1930. Inspirada nas histórias de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros históricos, a produção exalta a resistência e a força do povo nordestino — temas que Honori traz na pele.
Do sertão à tela: cangaço, suor e emoção
Lucínio é um coiteiro — alguém que auxilia os cangaceiros com informações e abrigo — e braço direito do protagonista Josué, vivido por Thomás Aquino. Ao longo da série, Lucínio ganha destaque ao se aliar às personagens femininas Rosa, Otília e Petúnia, interpretadas por Isadora Cruz, Alice Carvalho e Larissa Góes, respectivamente.
As gravações aconteceram em locações reais do sertão nordestino, o que, segundo Honori, intensificou o processo de imersão. “O chão, a poeira, o sol, os espinhos… tudo vira verdade. O suor não é cenográfico”, relata o ator, destacando o quanto a visceralidade da região o conectou com a história.

Honori já viveu o cangaço antes
Essa não é a primeira vez que o ator interpreta alguém ligado ao cangaço. Em 2022, na série “O Cangaceiro do Futuro” da Netflix, ele interpretou Jararaca, cangaceiro real que virou santo popular no Rio Grande do Norte. “Visitei o túmulo dele, pedi proteção. Durante as gravações, sofri um acidente feio cavalgando com armas e bornais… mas saí ileso. Foi forte demais”, relembra Honori.
Música e memória: o encontro com Belchior e o “Pessoal do Ceará”
Além das tramas sobre o cangaço, Mateus Honori integra o elenco de “Alucinação”, minissérie do Canal Brasil que resgata os bastidores da música nordestina nos anos 1970. Ele interpreta Rodger Rogério, parceiro de nomes como Fagner, Ednardo, Amelinha e Belchior, e referência no movimento cultural “Pessoal do Ceará”.
Para incorporar Rodger, Mateus não economizou na preparação: estudou sua discografia, conheceu familiares, visitou seus locais preferidos e até viveu com o elenco na Praia de Iracema, imitando a rotina boêmia do grupo nos anos 70. “Era o mesmo mar, as mesmas músicas, o mesmo sol… Aos poucos, o Rodger foi aparecendo em mim.”
Uma nova dupla musical nasceu nas gravações
Durante as filmagens da minissérie, Honori conheceu Lua Martins, intérprete de Amelinha. A conexão foi tão forte que deu origem ao projeto musical “Luar”, em que a dupla revisita clássicos da música nordestina e apresenta composições autorais. Um show completo com 11 faixas está disponível no YouTube — uma celebração à cultura nordestina em sua forma mais poética.
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Representatividade e orgulho nordestino
Mateus Honori é cearense e carrega consigo a missão de representar sua terra e seu povo com respeito e profundidade. Para ele, retratar o cangaço, a música e a luta de personagens reais é mais do que arte: é um compromisso com a memória coletiva. “O cangaço é um capítulo essencial da nossa história. Quando falamos disso com responsabilidade, ajudamos a compreender melhor a sociedade de hoje.”