O cantor e intérprete mineiro Felipe de Oliveira chega, nesta sexta, dia 16 de julho, com o novo single “Descasos”, acompanhado de videoclipe, que dá o pontapé inicial para seu próximo álbum, intitulado “Terra Vista da Lua”.
A composição da faixa é assinada por Juliano Antunes e, desde a primeira vez que ouviu, Felipe sentiu que aquela seria a canção que guiaria o novo projeto. “Para mim, é uma música que evidencia a alteridade que nos habita e nos comanda, arrastando a fronteira do ego, que está mais supervalorizada do que nunca. O outro permeia a gente. Nós nos constituímos a partir de uma invasão do outro. É uma canção que fala sobre algo que há dentro de nós, mas que percebemos como se fosse estrangeiro, sem que, contudo, deixe de fazer parte da gente”, explica o cantor.
Já para o audiovisual, Felipe de Oliveira se apoiou em sua formação em cinema na produção do videoclipe “Descasos”, que foi filmado, dirigido e editado por ele. As imagens foram realizadas a partir de um drone e trazem como cenário principal uma caixa d’água, localizada em Minas Gerais, na estrada MG-030. A construção faz referência à Lua, pelo seu formato visto das imagens aéreas, e alude ao título do próximo trabalho, “Terra Vista da Lua”.
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“Quando encontrei esse objeto e vi que, quando visto de cima, se parecia com a Lua ou com uma construção espacial, pensei que eu precisava subir lá para olhar a Terra. Para poder evidenciar a obra, foi importante deslocar a minha figura do centro, para despir a super importância da imagem do artista que às vezes os videoclipes oferecem. Construímos uma metáfora dupla: a vista aérea da câmera pode simbolizar a perspectiva da Lua, olhando a imensidão da Terra, assim como o ponto de vista do espectador pode simbolizar a Terra, sendo olhada por essa personagem montada naquela Lua figurada. Foi minha forma de ir para a Lua sem mil efeitos especiais, inspirado pelo que fez um diretor que adoro, Andrei Tarkovski, que dirigiu filmes de ficção científica sem nenhum efeito, apenas com a força da figura de linguagem e da poesia”, completa.
Em 2021, o artista se prepara para lançar, ao lado do selo Under Discos e viabilizado através da Lei Aldir Blanc, seu segundo álbum, “Terra Vista da Lua”, inspirado por seus estudos de filosofia e psicanálise em relação aos afetos, e alinhado a um viés anticapitalista. Ao invés de expor argumentos e defender discursos, Felipe quis partir de questionamentos e incômodos, presentes de forma poética nas canções. Para tocar essas questões sem ser objetivo e literal, o cantor descreve que teceu uma “alegoria de ficção lírico-científica”, fazendo, da metáfora sobre o espaço e o mundo distópico, elementos que nos fazem abordar nossa própria existência de uma maneira mais humana.