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Não aprendi dizer adeus: há 25 anos, o Brasil se despedia de Leandro, dupla de Leonardo

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Leandro e Leonardo foram alguns dos artistas que mais mexeram com o sertanejo e a indústria musical brasileira como um todo.

A carreira de sucesso nos anos 1980 e 1990, embalada por hits estrondosos que são amados até os dias de hoje, acabou de maneira tristemente prematura com a morte de Leandro.

No dia 23 de junho, aniversário de 25 anos da morte do cantor, relembre a trajetória de sucesso da dupla de irmãos mais adorada do Brasil.

A carreira de Leandro e Leonardo

Antes de adotarem os nomes Leandro e Leonardo, Emival Eterno Costa e Luís José da Costa trabalhavam na plantação de tomates da família.

Quando percebeu a vocação artística, Luís entrou para a banda Os Dominantes, fazendo covers de Roberto Carlos e Beatles como o vocalista. Seu trabalho ganhou certo destaque em Vianópolis, em Goiás, mas nada próximo da fama.

Em 1983, Luís decidiu abandonar a banda para formar dupla com o irmão Emival, que na época trabalhava em uma farmácia.

Foi nesse mesmo tempo que resolveram escolher nomes artísticos. Um dos funcionários da farmácia tinha acabado de ter filhos gêmeos – Leandro e Leonardo.

Rapidamente, a dupla venceu um programa de calouros na TV local. Com o dinheiro do prêmio, foram para São Paulo gravar o primeiro álbum. Com tiragem de apenas 500 cópias, o projeto fracassou, mas serviu como cartão de visita para as gravadoras.

Em 1886, “Leandro & Leonardo Vol. 1” foi lançado. Um ano depois, o álbum “Leandro & Leonardo Vol. 2” já estava pronto. A essa altura, eles já eram famosos no meio sertanejo goiano.

O alcance nacional, no entanto, só chegou em 1989, quando lançaram “Leandro & Leonardo Vol. 3” pela gravadora Continental.

O primeiro grande sucesso foi a música “Entre Tapas e Beijos”, escrita por Nilton Lamas e Antônio Bueno. O disco também contava com composições e regravações de artistas já renomados, como Roberta Miranda e Zezé di Camargo, o que contribuiu para conquistar o público.

O projeto “Leandro & Leonardo” foi lançado em 1990 pela gravadora Chantecler, tornando-se o mais vendido da dupla, com mais de 3 milhões de cópias. As canções “Pense em Mim” e “Desculpe, Mas Eu Vou Chorar” abalaram não somente o circuito sertanejo, mas a música brasileira em geral.

Um ano depois, as músicas “Não Olhe Assim”, “Paz Na Cama” e “Não Aprendi Dizer Adeus” caíram nas graças do público com o lançamento de “Leandro & Leonardo Vol. 5”.

O sexto álbum, de 1992, deu luz a hits como “Esta Noite Foi Maravilhosa” e “Temporal de Amor” – que atravessou as fronteiras e ganhou versão castelhana.

“Mexe Mexe” veio em 1993, enquanto “Dor de Amor Não tem Jeito” foi lançada em 1994. A popular “Festa de Rodeio” fez parte do novo álbum de Leandro e Leonardo, de 1995, junto com a romântica “Eu Juro” (versão em português de “I Swear”, de F.J.Myers e G.Baker).

O décimo e décimo primeiro álbum, de 1996 e 1997, alavancaram sucessos como “Doce Mistério”, “Eu Sou Desejo, Você é Paixão”, “Horizonte Azul”, “Sempre Será” e “Cerveja”.

Também em 97, os irmãos gravaram o clipe de “Essas Mulheres” no Japão, enquanto estavam em turnê, e participaram do Festival Internacional da Canção de Viña del Mar, no Chile.

A doença de Leandro e o fim da dupla

Em abril de 1998, Leandro teve um episódio de desmaio. Quando foi levado para o hospital, fez um raio-X que descobriu um tumor no pulmão tão grande quanto uma laranja.

Após buscar tratamentos no Brasil e em outros países, o diagnóstico concreto foi de tumor de Askin, um tipo raro e agressivo de câncer pulmonar. As chances de sobrevivências eram mínimas.

Ele apareceu pela última vez na sacada de seu apartamento em 1998. Enrolado com a bandeira brasileira, ele demonstrava apoio à Seleção em época de Copa do Mundo.

Leandro faleceu em 23 de junho daquele mesmo ano, marcando o fim da dupla com Leonardo.

O legado de Leandro

A morte de Leandro causou comoção nacional e foi amplamente coberta na grade de todas as emissoras da TV brasileira.

Alguns meses após o seu falecimento, o álbum “Um Sonhador”, gravado pelos irmãos há algum tempo, foi lançado e reconhecido com disco de diamante (certificado de 300 mil cópias vendidas).

No mesmo ano, o CD infantil “Leandro & Leonardo Só Para Crianças” chegou às lojas com regravações de músicas clássicas, como “Noite Feliz” e “Se Essa Rua Fosse Minha”.

Em 1999, já em carreira solo, Leonardo lançou o álbum “Tempo”, cuja faixa “Mano” foi feita em homenagem ao irmão.

Em 2007, o especial “Por Toda a Minha Vida”, sobre a vida de Leandro, foi exibido pela Rede Globo. Vários famosos deram depoimentos emocionados sobre o cantor, como Xuxa, Toquinho, Zezé di Camargo & Luciano e Chitãozinho e Xororó. Uma reprise aconteceu em agosto de 2016.

O “Especial Leandro & Leonardo”, série documental de 1991, foi reexibido em 1992 e 2012 pela Globo e em 2016 pelo Canal Viva.

Dos 45 milhões de discos que Leonardo já vendeu ao longo da carreira, 30 milhões foram com Leandro.

Não aprendi a dizer adeus

A música “Não Aprendi Dizer Adeus” ganhou um novo significado depois da morte precoce de Leandro. Até hoje, a canção é associada ao triste falecimento do talentoso cantor que, junto a seu irmão, revolucionou a música brasileira.

Até hoje, Leonardo lembra e homenageia seu irmão pelas redes sociais e em seus shows, assim como os fãs.

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É comum que os admiradores do artista visitem seu túmulo em Goiânia, Goiás, no dia de sua morte, com coroas de flores, cartas, velas, fotos e presentes.

Essa é a prova de que, mesmo depois de tantos anos, Leandro ainda é capaz de mexer com o coração do público como poucos artistas fizeram.

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