Em 30 de julho, Ravenc lançou seu terceiro EP oficial – o “O Bebê da Pandemia”. Como o próprio título já antecipa, este projeto faz alusões ao recente caos que nos cerca, contudo, segundo o artista, sem soar datado. “Apesar de que eu querer que este projeto fosse político e gerasse reflexões, também o produzi para que soasse atemporal e pudesse ser ouvido por todos sem gatilhos”.
Com uma pegada MPB, as faixas trazem uma sonoridade que se assemelha ao bolero, ao jazz e ao blues, além de um toque de valsa, com versos que até brincam com um espanhol errôneo. Semelhante ao EP anterior, o “Sem Pré-Tensão” (2020), Ravenc arriscou de novo produção: todos os arranjos, voz e violão foram gravados no celular e editados no próprio computador do artista. Dessa vez, porém, conta com instrumentais incríveis dos Novos Bardos, banda de sua cidade natal, Santarém do Pará, nas canções Thiago Saiu do Brasil, O Bebê da Pandemia, Beijo Clandestino e Muleque Maravilhoso, esta com uma leve referência ao lendário Raul Seixas. A última faixa Disk 66… traz uma colaboração com a artista não-binária Zezza Vic, que acrescenta seus vocais a uma lírica sinistra e ousada.
“A luta pela sobrevivência diante de uma súbita pandemia e da loucura capitalista, tudo isso inspirou as seis faixas, além das notícias assustadoras, das redes sociais cada vez mais doentias, de homens em moto, mulheres grávidas, a ignorância e a sabedoria, em meio ao medo de uma vida efêmera”, resume o cantor.
Ravenc tem 29 anos e se mudou para a capital de São Paulo no início de 2017 para focar na música. Já lançou dois EP’s, ambos em 2020 (“Sem Pré-Tensão” e “Palavras de um Terráqueo) e este ano foi um dos vencedores do concurso Conexões Criativas Rec-Beat SP. O Rec-Beat é responsável por um dos maiores festivais de música do Brasil.