terça-feira , 1 abril 2025
Ínicio Curiosidades Odete Roitman está de volta – e ela tinha um lado bom

Odete Roitman está de volta – e ela tinha um lado bom

Com a nova versão da icônica vilã, público relembra a atriz Beatriz Segall que marcou gerações e seu legado que vai muito além da teledramaturgia

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Beatriz Segall
Beatriz Segall

A icônica vila Odete Roitman, imortalizada por Beatriz Segall em 1988, volta a ser assunto em todo o país com a nova versão da personagem que estreia na televisão. Mas, ao mesmo tempo, em que o público se prepara para conhecer a nova interpretação da megera mais famosa da dramaturgia nacional, o legado de Segall volta a ser celebrado, relembrando não apenas sua atuação marcante na teledramaturgia, mas também seu engajamento social.

A eterna Odete Roitman nunca deixou de ser referência. Mesmo depois de mais de três décadas da novela “Vale Tudo”, um personagem continua no imaginário popular. No entanto, o que poucos sabem é que Beatriz Segall carregou a sua vila por onde passou, mas fez questão de mostrar ao público que era muito mais do que a milionária cruel da ficção. Em 2017, já com quase 91 anos, em uma de suas últimas aparições, a atriz participou da leitura dramática do livro A Travessia da Terra Vermelha, publicada pela Editora Nacional e assinada pelo jornalista e escritor Lucius de Mello, sobre os refugiados sobreviventes que escaparam do nazismo e vieram ao Brasil.

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“O nazismo foi uma coisa tão extraordinariamente trágica, que você não pode deixar de se manifestar sempre que surgir uma oportunidade. Porque você tem que lembrar para as pessoas que é a História que faz o tempo, agora”, declarou Beatriz Segall na época, demonstrando seu comprometimento com causas humanitárias. A leitura aconteceu na Livraria Cultura, em São Paulo, e foi um dos últimos trabalhos da atriz antes de seu falecimento, em 2018.

Para Lucius de Mello, que teve a chance de trabalhar ao lado de Segall nesse projeto, a experiência foi marcante. “Beatriz Segall foi tocada por essa história que ela ainda não conhecia. Nossos encontros foram repletos de curiosidade e emoção. Ela se interessou pelos detalhes, pela vida dura que os refugiados judeus enfrentaram, e queria saber mais sobre esse trem brasileiro que salvou tantas vidas”, relembra o autor.

O documentário gerado a partir dessa leitura segue disponível na internet e continua emocionando quem tem acesso a ele. Com depoimentos de descendentes de refugiados e cenas que resgatam momentos históricos, o material reafirma o impacto que Beatriz Segall teve, tanto na arte quanto na luta por justiça e memória histórica. “Ela conseguiu estilhaçar a imagem fria e perversa da vilã que acompanhou por tantos anos”, destaca Lúcio.

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Agora, com a nova de Odete Roitman pretende conquistar uma nova geração de telespectadores, o nome de Beatriz Segall volta ao centro das conversas. Mais do que um ícone da teledramaturgia, ela foi uma mulher que soube usar sua voz para causas maiores. Enquanto os fãs aguardam para conhecer a nova vilã, uma coisa é certa: a original sempre terá um lugar especial na história da TV brasileira e no coração do público.

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