Poucos sabem, mas a estrela mexicana Maria Sorté, famosa por sucessos como O Privilégio de Amar e No Limite da Paixão, jamais planejou ser atriz. Nascida em uma família humilde e órfã ainda jovem, ela sonhava vestir um jaleco branco e salvar vidas como médica. O destino, no entanto, a levou para os holofotes da televisão, transformando-a em uma das maiores lendas da dramaturgia latino-americana.
A trajetória de Maria Sorté é um exemplo de persistência e fé. Filha de pais de origem simples, ela cresceu enfrentando dificuldades financeiras e chegou a dar aulas particulares para se sustentar. Seu primeiro grande objetivo era a medicina — chegou, inclusive, a ingressar na Universidade Nacional Autônoma do México.
Mas um convite inesperado de uma amiga para acompanhá-la em uma aula de teatro mudou tudo. Sorte se encantou com a arte e, pouco tempo depois, começou a estudar atuação na escola de Andrés Soler. O que era apenas curiosidade virou destino.
Sua estreia na televisão aconteceu em 1974, com apenas 19 anos, na novela Mundo de Juguete, da Televisa. No ano seguinte, brilhou em Paloma e, na década de 80, tornou-se uma das protagonistas mais queridas do público mexicano em tramas como Abandonada e Segunda Madre.
O nome artístico “MariaSorteé” nasceu por acaso — uma sugestão de um locutor de rádio que achava seu verdadeiro sobrenome, “Harfuch”, difícil de pronunciar. A palavra Sorté” acabou simbolizando o que viria a ser sua vida: uma história marcada por talento, fé e resiliência.
Vida pessoal marcada por tragédias e superações
A atriz viveu um amor intenso com o político Javier García Paniagua, com quem teve dois filhos, Omar e Adrián. A felicidade foi interrompida em 1998, quando Javier faleceu vítima de um infarto. Desde então, Maria optou por manter sua vida pessoal longe dos holofotes.
Em 2020, ela enfrentou um dos momentos mais dolorosos de sua vida: seu filho Omar García Harfuch, atual chefe da polícia da Cidade do México, foi alvo de um atentado e ficou gravemente ferido. “Senti que o mundo desabava. Só conseguia orar”, revelou Maria em entrevista. O episódio reforçou ainda mais sua fé cristã, que ela diz ser o “pilar da sobrevivência emocional”.
A fé e a arte como pilares
Após uma fase de depressão, Maria Sorté se converteu ao cristianismo e encontrou nas orações e na música um novo propósito. Paralelamente à atuação, lançou mais de dez álbuns musicais, entre eles Espérame Una Noche (1984) e Pensando en Ti, demonstrando sua versatilidade artística.
Em 2024, aos 73 anos, ela surpreendeu novamente o público ao protagonizar Las Hijas de la Señora García, interpretando a complexa Ofélia — uma personagem que reflete a força e as contradições de sua própria vida.
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Legado de uma artista eterna
Maria Sorté é hoje uma das figuras mais respeitadas do entretenimento mexicano. Discreta e avessa a polêmicas, ela acredita que “a vida pessoal deve permanecer fora dos palcos”. Sua trajetória inspira não apenas aspirantes à fama, mas qualquer pessoa que luta para transformar dor em propósito.
“O talento abre portas, mas é a fé que nos mantém de pé”, declarou a atriz, emocionando fãs em todo o continente.
