segunda-feira , 30 junho 2025
Ínicio Geral Por que o plano de saúde tende a ser mais caro para idades avançadas?

Por que o plano de saúde tende a ser mais caro para idades avançadas?

Maior demanda por serviços médicos e regras de reajuste ajudam a explicar aumento nas mensalidades em faixas etárias mais altas

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Divulgação

Com o envelhecimento da população brasileira e a crescente valorização da saúde, os planos de saúde passaram a ser mais do que necessários por pessoas de todas as idades. No entanto, para quem está nas faixas etárias mais avançadas, o valor da mensalidade costuma pesar significativamente no orçamento.

O encarecimento dos planos para idosos é motivo de debate frequente entre consumidores, operadoras e órgãos reguladores. A pergunta que persiste é: por que o plano de saúde tende a ser mais caro com o passar dos anos?

A resposta está, em grande parte, no aumento da frequência e da complexidade dos atendimentos médicos conforme a idade avança. Pessoas idosas, naturalmente, demandam mais consultas, exames, procedimentos especializados e internações, o que eleva o custo para as operadoras.

Essa maior utilização do serviço impacta diretamente o cálculo do valor das mensalidades, que são reajustadas ao longo da vida do beneficiário por meio das chamadas faixas etárias.

Como funciona o reajuste e a precificação?

Atualmente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autoriza reajustes por mudança de faixa etária até os 59 anos. Após essa idade, é permitido apenas um último aumento, que deve obedecer a critérios de proporcionalidade e equilíbrio do contrato.

A regra busca proteger o consumidor idoso de aumentos excessivos e coibir práticas de reajuste abusivo do plano de saúde. Ainda assim, muitos usuários se queixam dos valores elevados, especialmente quando comparados à renda média dessa faixa populacional.

O modelo de precificação utilizado pelas operadoras é baseado em estatísticas atuariais, que estimam o risco de sinistros (ou seja, os custos gerados pelo uso dos serviços) ao longo do tempo. Na prática, quanto mais velho o beneficiário, maior o risco calculado, e maior a mensalidade.

Além disso, os planos de saúde funcionam sob o princípio da mutualidade — todos pagam mensalidades que, somadas, sustentam os custos do grupo. Quando uma parcela da carteira começa a usar mais intensamente o serviço, como ocorre com os idosos, o valor do plano precisa ser ajustado para manter o equilíbrio financeiro.

Atenção à escolha do plano

Para tentar amenizar esse impacto, é recomendado que os consumidores se atentem à forma de contratação do plano. Planos familiares ou coletivos por adesão, por exemplo, podem oferecer preços mais competitivos — embora, nesses casos, os reajustes não estejam sujeitos ao mesmo controle da ANS que os planos individuais.

Avaliar diferentes operadoras, verificar a rede credenciada e revisar o contrato antes da contratação são medidas que podem evitar surpresas desagradáveis no futuro.

Para o público idoso, especialmente, acesso à informação, planejamento financeiro e escolhas bem fundamentadas fazem a diferença na hora de garantir um plano de saúde compatível com suas necessidades e possibilidades.

Em um país que envelhece de forma acelerada, tornar os planos de saúde mais acessíveis para as faixas etárias avançadas é não apenas um desafio do setor, mas uma questão de cidadania e inclusão. A discussão sobre os custos e modelos de atendimento precisa seguir ativa, com foco em soluções que ampliem o cuidado e respeitem os limites financeiros dos beneficiários.

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