quarta-feira , 16 outubro 2024
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Terra gira mais devagar: Derretimento das calotas polares causa dias mais longos

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Gráfico mostrando a mudança na rotação da Terra

Imagine um dia com mais de 24 horas. Essa realidade pode parecer ficção científica, mas um novo estudo revela que o derretimento das calotas polares, impulsionado pelas mudanças climáticas, está desacelerando a rotação da Terra, resultando em dias mais longos, mesmo que imperceptíveis para o nosso dia a dia.

A Terra como uma Patinadora Giratória

Para entender esse fenômeno, pense em uma patinadora artística. Ao puxar os braços para o corpo, ela gira mais rápido. Já ao esticá-los, a rotação desacelera. A Terra está passando por algo similar, em uma escala colossal.

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Derretimento e Redistribuição de Massa: Um Freio na Rotação

O derretimento do gelo nas calotas polares libera água que flui em direção ao equador. Essa mudança na massa, como a patinadora esticando os braços, aumenta a inércia da Terra, fazendo-a girar mais devagar.

Medindo Pequenas Mudanças com Precisão Extraordinária

Cientistas utilizam técnicas precisas para medir essas minúsculas alterações na rotação terrestre. Uma delas é a Interferometria de Linha de Base Muito Longa, que mede o tempo que sinais de rádio do espaço levam para chegar a diferentes pontos na Terra. O GPS também é usado, detectando mudanças com precisão de até 0,01 milissegundo. Analisando registros de eclipses antigos, os pesquisadores compreendem as tendências de longo prazo na rotação do nosso planeta.

Dias Mais Longos: Uma Mudança Gradual

Embora a mudança seja pequena (milissegundos), entre 1900 e hoje, a mudança climática já alongou nossos dias em cerca de 0,8 milissegundo. No entanto, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual, o efeito pode se tornar mais perceptível. Até 2100, os dias podem ficar 2,2 milissegundos mais longos em comparação a 1900.

Mudança Climática Superando a Influência da Lua

A rotação da Terra já desacelerava há milhões de anos devido à atração gravitacional da Lua (fricção de maré), a um ritmo de 2,40 milissegundos por século. O novo estudo prevê que, até o final deste século, a mudança climática pode ter um impacto maior na rotação da Terra do que a Lua, se as emissões de gases de efeito estufa não forem controladas.

Por que Isso Importa? Implicações para Exploração Espacial e Navegação

Embora alguns milissegundos pareçam insignificantes, essa mudança pode ter implicações significativas, especialmente para a exploração espacial e a navegação. Ao se comunicar com espaçonaves no sistema solar, como as sondas Voyager, saber a orientação exata da Terra é crucial. Um pequeno desvio pode resultar em sinais desviados por quilômetros ao alcançarem seus destinos distantes.

Terra: Mais que uma Esfera Perfeita

Vale lembrar que a Terra não é uma esfera perfeita. É mais um “esferoide oblato”, ligeiramente abaulado no equador, como uma laranja achatada. Essa forma muda constantemente devido a diversos fatores, como marés diárias, movimento das placas tectônicas e eventos súbitos como terremotos e erupções vulcânicas. O derretimento das calotas polares é agora outro fator que influencia a forma e a rotação do nosso planeta.

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Ações de Hoje Moldam o Amanhã da Terra

Ao estudar esses processos planetários complexos, fica claro que nossas ações hoje moldarão a Terra de amanhã, inclusive a velocidade com que ela gira. Compreender e agir sobre as mudanças climáticas é crucial para garantir um futuro sustentável para o nosso planeta.

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