Os comentários transfóbicos sofridos pelo influencer Paulo Vaz, mais conhecido como Popó Vaz, reforçam como as redes sociais podem afetar a vida das pessoas, principalmente diante dos discursos de ódio e ofensas. Após a morte de Paulo, internautas associaram o acontecimento a inúmeros comentários de ódio e preconceito feitos nas redes contra ele no final de semana após vídeo íntimo vazado do marido, Pedro HMC, também influencer.
O acontecimento levanta mais uma vez o debate sobre a toxicidade na internet e saúde mental diante das redes. O psicólogo Hamilton Kida, fundador da Rainbow Psicologia, primeira empresa de profissionais de psicologia no Brasil focada em unir a comunidade LGBTQI+ à saúde e bem estar mental, explica a importância do autoconhecimento diante da violência virtual em comentários ofensivos e maldosos. “A gente precisa aprender a filtrar o que é importante para nós e, principalmente, dar voz para quem a gente é. Se as coisas que nós sentimos sobre nós mesmos, o que nós pensamos, quem nós somos, estiverem fortalecidas, dificilmente vamos nos abalar com comentários de ódio”, explica Kida.
Se conhecer também é fundamental para compreender os sinais e dar um tempo dos aplicativos quando necessário. Para isso, é preciso observar sempre dois pontos. O primeiro é avaliar se estar ali realmente te faz bem, é usar o termômetro do bem-estar para saber sair quando aquilo te provocar coisas ruins. Entender esse jogo é possível com saúde mental e as boas escolhas alimentam essa busca por uma relação mais equilibrada consigo mesmo. “A gente precisa perceber aquilo que não está nos trazendo coisas boas. Não te fez bem, não fique ali e isso vale para além das redes sociais”, reforça o psicólogo. O segundo ponto está em saber também viver uma vida offline, com atividades que não te deixam extremamente conectado.
O detox das redes sociais pode ser uma opção para que o internauta avalie melhor sua vida e sua relação com as plataformas, inclusive com os comentários que ouve ou lê.