A revista Glamour Brasil passou por uma reformulação, tendo agora apenas duas edições impressas, a de inverno – primeira edição impressa que acaba de chegar às bancas – e a de verão, que chega em setembro.
A atriz Alanis Guillen, que está no ar como Juma Marruá no remake de Pantanal, na TV Globo é uma das capas que celebra esse novo momento da Glamour.
Em entrevista para a revista, Alanis contou a origem de seu nome, as mudanças que teve que fazer para dar vida à nova Juma, assédio, bissexualidade, ativismo ambiental e a relação com Jesuíta Barbosa.
A Juma já era empoderada, permanece atual. Como vê o ser mulher nos dias de hoje?
Alanis Guillen: “A gente está nessa busca de cada vez mais entender e lutar por nosso lugar no mundo. No passado, muitas mulheres lutaram pra gente estar aqui, sendo o que somos hoje, habitando os espaços que habitamos. Mas tenho percebido as mulheres buscando a si mesmas, esse lugar de amor próprio, do se amar, do se entender, do se respeitar, entendendo seus limites”.
Já foi vítima de assédio?
Alanis Guillen: “O assédio existe das formas mais bem estruturadas e veladas. Então dizer que eu não sofri assédio é uma grande mentira. Acho que toda mulher sofreu, sofre e infelizmente sofrerá. O feminismo está aí pra gente lutar para que o respeito prevaleça”.
Você já falou que é bissexual. Qual a importância de se falar isso publicamente?
Alanis Guillen: “De novo vai para o lugar de como eu respeito muito meu corpo, meus sentimentos, meus desejos. Sou muito sincera comigo e com as pessoas com quem me relaciono. Eu me interesso pela troca, pelos diálogos. O corpo é uma matéria: eu vou para alma. Entendo minha sexualidade como fluída. Eu me relaciono com pessoas com quem me conecto e que fazem sentido. E o relacionar-se com o outro é um espelho, é uma descoberta”.
Em “Pantanal”, há muitas cenas de nudez. Como lida com isso?
Alanis Guillen: “Em comparação ao primeiro “Pantanal”, tem muito menos exposição. A minha relação com isso é tranquila. Estou ali pela Juma e a Juma não tem medo do corpo dela. Ela não vê essa malícia que a gente coloca. A socialização dela é com os bichos livres, a natureza. Ela sente a água bater no corpo inteiro, o sol. E eu também trago um pouco disso. Sou muito sensorial”.