A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e embora a queda de cabelo não seja um sintoma comum da doença, algumas pessoas podem experimentar esse efeito colateral após se recuperarem da infecção. Essa condição é conhecida como eflúvio telógeno.
A médica dermatologista, Dra. Isabela Etto Cabello, explica que o eflúvio telógeno é uma forma de perda temporária de cabelo em que um grande número de folículos capilares entra prematuramente na fase de repouso, chamada fase telógena. Esse deslocamento prematuro resulta em uma maior queda de cabelo do que o normal, geralmente ocorrendo cerca de 2 a 3 meses após a infecção por dengue. A duração da queda de cabelo pode variar de 2 a 6 meses, até que o crescimento capilar normal seja restaurado.
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Embora a relação exata entre a dengue e o eflúvio telógeno ainda não seja completamente compreendida, acredita-se que vários fatores estejam envolvidos. A resposta inflamatória desencadeada pelo vírus, assim como o estresse físico e emocional associado à infecção, podem desempenhar um papel na indução do eflúvio telógeno.
“Durante a dengue, o corpo passa por uma resposta inflamatória, liberando citocinas e outras substâncias inflamatórias. Essas substâncias podem afetar o ciclo de crescimento do cabelo, levando ao desequilíbrio e ao eflúvio telógeno. Além disso, o estresse físico causado pela febre alta, dores musculares e fadiga também pode contribuir para o desencadeamento da queda de cabelo.”. Destaca a Dra. Isabela Etto Cabello.
O estresse emocional também desempenha um papel significativo na queda de cabelo pós dengue. A própria infecção, os sintomas desconfortáveis e o impacto na qualidade de vida podem causar estresse emocional, que pode afetar negativamente o ciclo capilar.
Após a infecção por dengue, o corpo também enfrenta um estresse metabólico devido à resposta do sistema imunológico e à doença em si. Esse estresse metabólico pode afetar o equilíbrio nutricional, comprometendo a saúde do cabelo e resultando na queda capilar.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas que tiveram dengue desenvolverão queda de cabelo. Além disso, a queda de cabelo pós dengue é geralmente temporária e o cabelo tende a se recuperar naturalmente dentro de alguns meses, à medida que o corpo se recupera completamente.
Lidando com a queda de cabelo pós dengue
A Dra. Isabela Etto Cabello, orienta que para lidar com a queda de cabelo pós dengue, existem várias medidas que podem ser adotadas. Manter uma dieta equilibrada e rica em nutrientes essenciais, como vitaminas do complexo B, vitamina C, vitamina E, zinco, ferro e proteínas, é fundamental para promover a saúde capilar. Além disso, evitar tratamentos capilares agressivos, como o uso excessivo de calor e produtos químicos, e minimizar o estresse por meio de técnicas de relaxamento, podem ajudar a reduzir a queda de cabelo.
Em alguns casos, suplementos nutricionais podem ser recomendados para fornecer nutrientes adicionais que promovam o crescimento do cabelo. No entanto, é importante consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação para garantir a segurança e a adequação individual.
Além disso, tratamentos tópicos podem ser considerados, como loções ou espumas contendo minoxidil, que estimulam o crescimento capilar. A terapia a laser de baixa intensidade também pode ser uma opção, ajudando a melhorar a circulação sanguínea no couro cabeludo e estimulando o crescimento do cabelo.
É essencial destacar que cada caso é único, e o tratamento mais adequado pode variar de acordo com a gravidade da queda de cabelo e as características individuais de cada pessoa. Por isso, é altamente recomendável que os indivíduos afetados procurem a orientação de um dermatologista, especialistas em cabelos e couro cabeludo, para uma avaliação precisa e um plano de tratamento personalizado.
“Com a devida atenção e cuidado, é possível superar a queda de cabelo pós dengue e restaurar a saúde capilar. Ao buscar orientação médica especializada e adotar as medidas adequadas, você pode enfrentar essa condição temporária com confiança, promovendo a recuperação completa de seus cabelos.” Finaliza a Dra. Isabela.