“Rock, direto, livre e com muita vontade”, assim define Thiago Guerra sobre o que podemos esperar de Vou Ter Que Me Virar, nono disco de estúdio da Fresno – também formada por Lucas Silveira e Gustavo Mantovani. Após uma jornada de lançamentos que deu forma à playlist INVentário, o álbum chega hoje, 5 de novembro, às plataformas de streaming (ouça aqui). O videoclipe da faixa-título estará disponível no canal da banda no dia 8 de novembro.
Escolhida para nomear o trabalho, “Vou Ter Que Me Virar” abre o álbum refletindo o seu próprio conceito, em uma sonoridade bem dançante. “Não tinha como ser outra, é a gente se virando nesse mundo e continuando a nossa carreira depois de mais vinte anos de banda”, explica Lucas Silveira. Usando de um artifício presente em INVentário, o final da primeira faixa já se conecta com a seguinte: “Fudeu!!!”. Essa segunda carrega um tom mais punk-rock e partiu de um sample de bateria eletrônica enviado pelo produtor musical Arthur Joly. “Ela dá uma rompida muito grande já no início do disco, porque o cara acha que vai escutar um disco triste e ouve essa ‘cavalice’”, conta Silveira. Na sequência, “Casa Assombrada” é fruto de reflexões do vocalista após começar a fazer terapia e analisar alguns pontos sobre a vida.
A primeira participação a aparecer no trabalho marca também o debute da banda com Lulu Santos. Intitulada “Já Faz Tanto Tempo”, a faixa foi gravada há dois anos e é uma daquelas composições que ficaram esperando o melhor momento para serem lançadas. “Desde quando o Lulu topou estar nela, já sabíamos que ia ser um negócio especial. É uma música muito forte, então a gente não poderia lançar de qualquer jeito”, explica Lucas, que completa: “Esse som resgata muito a Fresno antiga, lá de 2006 a 2008, mas também carrega muito do Lulu, porque é uma faixa romântica”.
Entre as onze canções da tracklist, três já tinham chegado aos fãs por meio de INVentário, que abriu caminho para Vou Ter Que Me Virar. “A mixtape veio com o intuito de fazer uma campanha musical do próprio disco e preparar o terreno”, comenta Guerra. A primeira a aparecer na tracklist do álbum foi “Eles Odeiam Gente Como Nós”, seguida por “Agora Deixa” e “6h34 (Nem Liga Guria)”.
“Caminho Não Tem Fim” versa sobre perceber que, mesmo cheios de machucados, cicatrizes e traumas, não se pode parar. A temática mais árdua esbarra também em “Essa Coisa (Acorda-Trabalha-Repete-
A nova era da Fresno apresenta também uma identidade visual renovada, com revisões na logomarca, na fonte e na cor que representa essa fase. Para chegar ao resultado final, o trio optou pelo processo fotográfico conhecido como cianotipia, feito com compostos químicos expostos à luz solar, resultando em um efeito azulado nas imagens. “A cianotipia é um negócio 200% analógico e a nossa música é muito isso, gravamos de maneira digital no computador, mas no fim utilizamos diversas coisas pra devolver essa ‘sujeira’ pra ela”, define Lucas.
Sucessor do álbum Sua Alegria Foi Cancelada (2019), que foi responsável por ressignificar a Fresno e levar a banda para novos lugares, Vou Ter Que Me Virar carrega no título (e em seu conteúdo) a realidade do contexto atual da sociedade, cheio de “vou ter que…”. Inevitável mergulhar nos momentos melancólicos, porém ele encontra as frestas necessárias para chegar aos fãs como o trabalho mais esperançoso da discografia do grupo. “Até ficar pronto, Vou Ter Que Me Virar teve 42 versões. A que estamos lançando é a mais próxima dos nossos corações”, conclui Lucas.