Após debater o desejo nas paixões à distância em “3×4”, Viridiana busca a esperança no reencontro da dançante e poética “Expectativa”. O lançamento, disponível em todas as plataformas de música digital, antecipa o álbum “Transfusão”.
“‘Eu escrevi ‘Expectativa’ no fundinho do inverno de 2020, em julho. Acho que foi um dos períodos do ano em que eu tava mais deprê, era difícil de escrever sobre qualquer coisa, de querer ser otimista sobre qualquer coisa. Então eu tentei ir pro outro lado, tentei escrever sobre algo leve, mas que ainda fosse verdadeiro pra mim: a saudade de ligar pra uma amiga num dia baixo astral e dizer ‘ai amiga, vamo?’. Vamo pra qualquer lugar, beber qualquer coisa, fofocar de qualquer coisa, dançar qualquer hit, o melhor rolê que tem. Era um momento em que eu estava sempre procurando olhar pra frente, pro futuro, tentando enxergar portas se abrindo”, conta a artista.
Ouça “Expectativa”:
Viridiana é o projeto artístico de Bê Smidt, multiartista trans não-binária de Porto Alegre. Mesclando referências da canção brasileira com a música pop e eletrônica dançante, Viridiana canta sua vivência se camuflando nos sintetizadores e se descobrindo na voz.
Em 2019, ela teve a estreia de sua carreira com o EP “Androgênia” e a performance audiovisual “Anatômica”, que foi indicada ao importante Prêmio Açorianos. Viridiana produz e compõe todas as suas músicas em seu home studio, sintetizando seus sons e suas verdades. Isso se reflete na releitura do pop brasileiro setentista e oitentista com um olhar contemporâneo que marca o álbum “Transfusão”.
Assista a “3×4”:
“Musicalmente, quis brincar com os extremos em ‘Expectativa’, uma estrofe muito calminha e delícia, tipo estar caminhando na calçada de noite indo pra festinha, e um refrão explosivo, como o momento em que a porta do bar abre e aquela enxurrada colorida de som sai de lá de dentro. Tudo isso é entremeado das minhas manipulações eletrônicas, com a voz super autotune retrô, e o beat que transborda texturas e se encontra nesse lugar entre o dançante e o ruidoso”, comenta a artista sobre o projeto inteiramente composto e produzido por Viridiana.
O lançamento chegará através da PWR Records, um selo musical e produtora de eventos focados na difusão e promoção dos discursos femininos como potências criativas, não um gênero musical ou tendência de mercado. O álbum de estreia de Viridiana tem patrocínio do Natura Musical, que garantirá a finalização, gravação e lançamento do disco.
Viridiana foi selecionada pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Rio Grande do Sul (Pró-Cultura), ao lado de Dessa Ferreira, Pâmela Amaro, Circuito Orelhas, Gravina DasMina e Feijoada Turmalina, por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 39 projetos até 2020, como Filipe Catto, Tem Preto no Sul, Borguetti e Yamandu, Zudizilla, Sons que Vem da Serra e Thiago Ramil.
“A música propõe debates pertinentes, que impactam positivamente na construção de um mundo melhor. Acreditamos que os projetos selecionados pelo edital Natura Musical podem contribuir para a construção de um futuro mais bonito, cada vez mais plural, inclusivo e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.