sexta-feira , 29 março 2024
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andre L.R. mendes lança single “O Samba do Homem Comum” para versar sobre a “Uberização” das relações de trabalho

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“O cantor e compositor andre L.R. mendes não para nunca!”, essa afirmação é muito repetida por quem acompanha o trabalho do baiano, que está sempre maquinando novidades: continuamente compondo, produzindo e lançando novas canções.

No final do ano passado, andre lançou o álbum “Manda Notícias” (Novembro, 2020) mas o desejo de criar não o deixou parar por muito tempo de compor e registrar novas canções. Logo em Janeiro de 2021, andre já estava compondo novas músicas…até agora já foram cinco compostas e gravadas pelo artista pro projeto de um novo disco à ser lançado no segundo semestre. Uma primeira canção, “Beatriz”, foi lançada no início de Abril e é o single mais ouvido de toda carreira do cantor.

Agora andre lança a segunda mostra do futuro álbum, o single ”O Samba do Homem Comum”.

”O Samba do Homem Comum”, que versa sobre a ”Uberização” das relações de trabalho, veio num sonho; ”Ele não tem jeito, de olhar mais verdadeiro, sonhava em ser sujeito e era só mais um”…essas primeiras frases da canção vieram exatamente assim, junto com a melodia, num sonho que o compositor teve; ao acordar com a música na cabeça, andre correu e foi registrar a ideia.

Ao voltar à composição, andre decidiu que a canção falaria sobre um tema extremamente atual: a precarização das relações de trabalho, conhecida como ”Uberização”, onde direitos trabalhistas são substituídos por escorchantes maratonas de trabalho nas quais o sujeito se vê na obrigação de ”performar” como um ”super trabalhador” que corre pra fazer entregas no mínimo de tempo ou chegar o mais rápido possível (no caso dos motoristas de aplicativo) ao encontro dos clientes, sempre preocupado com a “qualificação” que será dada depois do serviço prestado…uma verdadeira “roda viva” de correria, neurose, qualificações, baixa remuneração e zero de direitos trabalhistas.

O sujeito da canção se chama ”Riobaldo” (não por acaso, homônimo ao personagem narrador do clássico romance brasileiro ”Grande Sertão: Veredas” de João Guimarães Rosa), que corre no meio do trânsito com a sua bicicleta para realizar as entregas de algum aplicativo, na maior velocidade possível para não desagradar o ”cliente” e não ganhar uma “qualificação ruim” junto ao app e perder a “tábua de salvação” na sua anônima luta diária pra ter uma fonte de renda numa sociedade predatória que, muitas vezes, nem o enxerga como um cidadão.

O personagem sofre ao perceber que é pouco valorizado “Eu queria ser um pouco bem tratado, eu sou bicho delicado, o tal homem comum”, enquanto chega à conclusão de que o jogo social é extremamente injusto para quem está na sua situação e ao mesmo tempo, sabe que nem lhe sobra o “direito” de esmorecer diante das cobranças que lhes são impostas o tempo todo.

Como andre não quis jogar fora as frases que chegaram no sonho, a saída foi mudar claramente da 3ª pra 1ª pessoa o sujeito da narrativa já no início da canção…quando Riobaldo toma pra si a narração e começa a contar a história da sua vida, desde o  conselho que ouviu da mãe ainda menino até os seus dias atuais. Interessante notar que, no finalzinho da letra, o sujeito muda novamente pra 2ª pessoa pra demonstrar que, nessa progressiva precarização das relações trabalhistas, o próximo afetado será o ouvinte da história…uma espécie de “loucura narrativa” que só torna o texto da canção mais interessante.

“O Samba do Homem Comum”, contrariando o título, não é um samba…não na sua totalidade…se trata de um rock moderno que tem como base uma composição inspirada no formato clássico da MPB, em que a letra, melodia e harmonia juntas formam o que existe de mais importante no fonograma. No final da canção, uma surpresa: o refrão vira um tipo estranho de “samba de roda” (gênero musical característico do recôncavo baiano), que finaliza a canção em “Fade Out” caracterizando que as “rodas vivas”, da bicicleta do personagem e da precarização das relações de trabalho continuam e continuam…

Mais uma vez, andre faz tudo na “linha de produção” da canção: composição, produção, arranjo, gravação, toca todos os instrumentos e canta, faz a mixagem e masterização.
A capa do single é uma pintura feita também por ele.

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