sexta-feira , 26 abril 2024
Como a inteligência emocional pode ser benéfica no combate da 'bolha das redes sociais'
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Como a inteligência emocional pode ser benéfica no combate da ‘bolha das redes sociais’

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As redes sociais são espaços que possibilitam inúmeras trocas entre as pessoas. E, muitas vezes, essas trocas são benéficas e colaborativas. Mas nem sempre o conteúdo que é postado ali é visto com bons olhos por quem lê. Opiniões divergentes acontecem com frequência e, em alguns casos, a discussão sai do mundo real e pode causar o afastamento de pessoas, inclusive familiares.

Por conta disso, ultimamente tem aumentado o efeito ‘bolha’ das redes sociais, no qual as pessoas bloqueiam ou excluem contatos que possuem outras opiniões e acabam consumindo apenas conteúdos que estejam alinhados com suas crenças e preferências.

Mas isso é saudável? De acordo com o psicólogo Wanderley Cintra Jr., é possível treinar a inteligência emocional para conviver melhor com opiniões diversas nas redes sociais e, consequentemente, manter uma discussão saudável e ter uma relação mais homogênea e menos desgastante com as pessoas.

Equilíbrio

“É preciso filtrar o que é lido, pois nem sempre aquilo está conectado diretamente a quem lê. Fazer o exercício de avaliar se aquela crítica serve para você ou se a opinião daquela pessoa é tão importante assim a ponto de te atingir, são o que chamamos de ‘camadas de importância’”, diz Wanderley.

O psicólogo ainda explica que essa polarização pode ser evitada com a quantidade de tempo a que as pessoas ficam expostas às redes sociais. “Podemos usar o exemplo da exposição ao sol: quanto mais sol eu tomo, mais sensível fica a pele. Se ainda assim eu continuar e não me proteger, vai doer. E o mesmo acontece na internet, pois o excesso de tempo que as pessoas passam nas redes sociais, pode se tornar estressante. Ou seja: eu preciso avaliar a minha capacidade de lidar com aquilo.”, afirma.

Essa exposição excessiva pode gerar um descontrole emocional e, por isso, o mais indicado é reservar alguns momentos do dia para acessar as redes sociais. “Se você se limitar a usar essas mídias duas horas por dia, por exemplo, será que a opinião divergente do outro vai ser tão desgastante? Provavelmente, não. Por isso, é importante saber ter esse limite e ter mais momentos reais com as pessoas que estão próximas de você”, conta Wanderley.

Assertividade

E como identificar que estamos no limite de exposição para não desencadear algum tipo de estresse? O psicólogo explica que o ideal é você ter um comportamento assertivo. “O nosso corpo foi feito para lutar ou fugir e isso acontece muito nas redes sociais. A assertividade busca fazer esse equilíbrio: saber dizer as coisas que te incomodam de maneira gentil e educada, saber se posicionar sem ser agressivo e dizer não para algumas coisas. Por exemplo, as pessoas costumam olhar os comentários em sites de notícias ou posts e, ali, tem muita coisa tóxica. Esses comentários podem gerar gatilhos negativos, angústia e estresse”, diz.

Por isso, ele conta que o comportamento mais indicado nesse caso é se perguntar: qual a utilidade de ler esses comentários? O que isso vai mudar na minha vida? E esse é um exemplo de comportamento assertivo, que é você saber o que é útil para você ou não.

O mesmo ocorre no ambiente de trabalho para conseguir manter um bom clima com o chefe ou colegas que possuem outras opiniões. Se eles costumam postar nas redes sociais opiniões pessoais diferentes das suas, isso não deve afetar a forma como você se relaciona com esses colegas. “Caso contrário, só conseguiríamos trabalhar com pessoas que possuem os mesmos gostos, interesses e crenças que nós. Ou seja: tem coisas que não se misturam, e essa é uma delas”, ressalta Wanderley.

O psicólogo ainda finaliza explicando que equilíbrio e assertividade são alguns dos principais hábitos da inteligência emocional e que, se treinados diariamente, podem contribuir com a melhoria da vida das pessoas, não só na internet, mas também, na vida real. “Ao participar de uma discussão, eu não preciso personificar aquelas opiniões que são divergentes das minhas. Ouvir o outro e estar aberto a conhecer os argumentos dele é saudável. Só é preciso ter em mente de que você não precisa absorver aquelas opiniões para você”, diz.

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