Catarina (Adriana Esteves) e Petruchio (Eduardo Moscovis) acabam tendo que lidar com as suas idas e vindas para conseguirem continuar com a história de amor entre os dois em O Cravo e a Rosa (Globo), e para a tristeza dos protagonistas, uma grande pedra no saparo entra em cena para bagunçar ainda mais a vida dos dois, a vilã foi criada às pressas pelo autor Walcyr Carrasco após uma decisão da emissora carioca relacionada à novela.
Há 20 anos, quando a trama foi ao ar, os altos índices de audiência animaram a direção do canal. “Ninguém achava que seria o sucesso que foi. A novela havia sido projetada para ter 90 capítulos. Ia ser curta, inaugurando uma nova fase do horário, de novelas curtas”, relatou Walcyr Carrasco em entrevista ao livro Autores: Histórias da Teledramaturgia (2009), do projeto Memória Globo. “Quando a novela estava no capítulo 70, avisaram que passaria a ter 200. Para poder ampliar a história, eu fiz alguns pedidos à Globo. Pedi, por exemplo, novos cenários e uma nova atriz para interpretar uma vilã, coisa que a novela não tinha”, disse.
De acordo com o autor, o papel de vilã era desempenhado pela própria Catarina. “Em 90 capítulos, isso era possível. Mas, em 200, eu precisava de uma personagem que fizesse armações, precisava de uma vilã com perfil de novela tradicional”. Baseado neste embate, Walcyr criou Marcela, uma “vagabunda total”, como definiiu o novelista, filha de Joaquim (Carlos Vereza) e apaixonada por Petruchio, ela inferniza a vida do caipira e a de Batista (Luis Mello), de olho no dinheiro do banqueiro. Após todas as confusões que orquestrou e de aprontar muito, Marcela acaba na miséria, a megera apenas consegue tirar uma boa quantia do banqueiro quando entra em um acordo milionário para deixar todoa em paz, no fim, ela termina ao lado de Heitor (Rodrigo Faro), um outro golpista.