sábado , 7 dezembro 2024
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Quer trabalhar com estética e bem-estar em Portugal? Veja dicas de cursos

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Profissionais brasileiros de estética e bem-estar são, cada vez mais, valorizados no mercado de trabalho português. Uma manicure, por exemplo, chega a ter um salário mensal de 2 mil euros. E uma esteticista, entre 2 mil e 5 mil euros, mensalmente. Quase 400 mil brasileiros vivem de forma legal em Portugal, segundo dados de 2023 da Agência para a Integração, Migração e Asilo (Aima), ligada ao governo lusitano, e mais de 150 mil esperam pela legalização no país. É a maior comunidade de imigrantes no país irmão, representando 40% dos estrangeiros.

Para que possam atuar nestas áreas legalmente em Portugal, brasileiros têm recorrido aos cursos profissionalizantes à distância ou presencialmente, certificados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), como os de SPA & Estética, o de Gestão de SPA e o de Auxiliar de Fisioterapia e Massagem. Pela lei portuguesa, todos os que se matricularem em cursos com duração de um ano ou mais têm direito a vistos de residência que permitem trabalhar em território luso e, de quebra, em outros 26 países que integram a União Europeia (UE).

“Brasileiros são muito requisitados e valorizados nas áreas de saúde, bem-estar e estética. Eles estão presentes em SPAs de navios transatlânticos de cruzeiros ou de hotéis e resorts cinco estrelas, como também em clínicas de beleza, salões de cabeleireiros e barbeiros. Um dos nossos diferenciais, é claro, é o profissionalismo com que brasileiros costumam atuar, que inclui alto padrão de qualidade no serviço, e também a simpatia e o carisma que os portugueses tradicionalmente nos atribuem”, diz Renata Maida Freire, diretora da Academia eFuturo no Brasil, escola que capacita brasileiros para o mercado de trabalho luso.

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A paulista Tatiane Martins concorda com Renata. “Os portugueses amam os esteticistas brasileiros, pois investimos em nossa formação profissional e estamos sempre nos atualizando. Aqui em Portugal mesmo, fiz cursos de massagem, ultraformer e limpeza de pele, pois são serviços que passei a oferecer em meu estúdio de estética recém-aberto. Nele, atualmente tenho uma colega manicure venezuelana, mas pretendo expandir meu negócio e contratar outros profissionais”, diz Tatiane, esteticista em Lisboa, onde mora há cerca de três anos.

Assim como os três cursos em saúde, estética e bem-estar, todos os mais de 20 disponibilizados atualmente pela eFuturo são os que, de fato, precisam de mão de obra neste momento no mercado de trabalho português. “No sistema de formação profissional português, quando não há mais demanda de vagas os cursos deixam de existir ou somente voltam a ser oferecidos quando houver nova necessidade de contratações. Por isso, como existem para atender demandas pontuais, os cursos profissionalizantes certificados pela DGERT têm, em média, 80% de empregabilidade, sendo uma boa estratégia de transição de carreira ou mesmo de reciclagem de conhecimentos para quem já atua nessas áreas”, enfatiza Renata.

O segmento de estética e bem-estar, em particular, é um dos dez estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal, tendo em conta as grandes tendências de demanda na área de SPA. Por isso, há uma necessidade crescente de qualificar recursos humanos que respondam às necessidades de um mercado cada vez mais exigente. Confira, abaixo, cada um dos três cursos feitos por brasileiros para atuarem em Portugal e outras nações da UE:

Estética & SPA – Foi criado com o intuito de formar profissionais em áreas específicas, procurando complementar os tratamentos de massagem com os tratamentos corporais e de rosto. Em seus 14 módulos, os estudantes têm aulas de nutrição, anatomia e disiologia, dermocosmetica e cosmetologia, anatonomia do sistema veno-linfático, técnicas de drenagem linfática, tratamentos faciais, tratamentos corporais, técnicas de massagem, técnicas de epilação e coloração dos pelos, manicure e pedicure, eletrologia aplicada aos cuidados corporais e faciais, manutenção de equipamentos, técnicas de atendimentos e recepção de clientes, e normas de qualidade num SPA. Após a conclusão do curso, profissionais podem trabalhar em SPAs, centros de estética, hotéis, cruzeiros marítimos, salões de cabeleireiro ou mesmo criarem o seu próprio negócio.

  • Gestão de SPA – A sigla SPA vem do termo “salus per aquam”, uma expressão latina que significa “a cura pela água ou saúde pela água”. Focado na administração desse tipo de espaço, os oito módulos do curso incluem disciplinas como história e conceitos de SPA, serviços e criação de menu de serviços e escolha de produtos, gestão de estoque, compras, RH, operacional, financeira e marketing, além de atendimento e vendas, todas com foco em SPA. As áreas de atuação profissional são as mesmas do curso de SPA & Estética.
  • Auxiliar de Fisioterapia e Massagem – Os nove módulos do curso incluem: enquadramento da profissão, anatomafisiologia, fisiopatologia, prevenção e controle de infecções, cuidados importantes no quotidiano, medicina física de reabilitação, indicações e contraindicações, técnicas de massagem e primeiros socorros. Por ser um mercado profissional ainda com déficit de mão de obra em Portugal, este tipo de técnico é muito demandado e pode exercer as suas funções em áreas de reabilitação. Os formados podem atuar profissionalmente em academias, centros de estética, hospitais, clínicas, centros de terapia, residências e serviços de apoio domiciliário, além de lares da terceira idade e residências geriátricas.

A diretora ressalta que a parte teórica pode ser feita do Brasil enquanto a documentação para a mudança para Portugal é organizada. Já a parte prática, é realizada nas instalações da eFuturo em Lisboa ou no Porto. Após a conclusão do curso, a escola apoia o processo de candidatura e entrevista para o estágio, por meio de sua rede de parceiros, formada por mais de 500 empresas em Portugal. Além de aumentar as chances para um futuro contrato de trabalho, o estágio presencial em terras lusas incentiva o networking, abrindo outras oportunidades profissionais. “Em Portugal, porém, o estágio não costuma ser remunerado. Por isso, recomendo que o estudante conte com uma poupança para se garantir até a formatura ou mesmo até que se encontre emprego”, pontua Renata.

Ao pedir o visto de estudo, é preciso que o requerente esteja atento à duração do curso escolhido, pois não deve ser inferior a 12 meses, o prazo mínimo para se ter o visto de estudante que permite residência e trabalho. Thiago Soares, advogado brasileiro com registro na Ordem dos Advogados Portugueses (OAP), explica que brasileiros que concluíram cursos profissionais certificados também podem requerer um visto de acompanhamento familiar, agregando seus filhos e cônjuge desde que cumpram com os pré-requisitos da Portaria 1563/2007 para comprovação de meios de subsistência, o que atualmente um visto de procura de trabalho não permite. E se o interessado tiver dupla cidadania, brasileira e de algum país da UE, nem é necessário pedido de visto para morar em Portugal.

“Importante frisar que as escolas profissionalizantes portuguesas certificadas pela DGERT não se responsabilizam por vistos, fornecendo apenas a prova de matrícula dos alunos que querem estudar em Portugal”, observa Renata.

Os imigrantes são essenciais para a economia portuguesa: eles contribuíram em 2022 com cerca de 1,87 bilhões de euros para a Segurança Social, ao passo que se beneficiaram de cerca de 257 milhões de euros em benefícios sociais. O valor das contribuições é, portanto, sete vezes superior ao das prestações que receberam do Estado.

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