Dia 17 de julho, Ravenc lançou seu primeiro EP, denominado “Sem Pré-Tensão”. Como sugere o nome, o trabalho foi produzido e concebido como um desabafo autoral em meio ao período crítico pelo qual estamos passando, sem grandes produções. Não à toa, as quatro faixas que o compõem foram gravadas em seu celular e editadas em seu computador, com ajuda de aplicativos e programas de edição.
“Eu simplesmente havia acabado de compor algumas músicas novas, inspirado pelo momento que estamos passando e decidi que as lançaria assim mesmo, sem delongas, pelo desejo súbito de que elas vejam o ar livre, respirem o mundo lá fora, saiam de mim, como um desabafo em meio a tantos outros, nessa quarentena sem fim”, confessa.
Com temas que vão desde reflexões sociais, amor homoafetivo, ansiedade e até críticas à nossa tão atual cultura do cancelamento, Ravenc nos apresenta um projeto orgânico, autêntico e acústico, ao som de sua voz e violão.
“Dinheiro, trabalho, sociedade, amor, culpa, egoísmo. Essas parecem as maiores rodas da humanidade. Mesmo diante de cenários apocalípticos, o ser humano parece incapaz de fugir disso”, pondera.
“Desde jovem, sempre me cobraram super produções, pois, constantemente, ouvi durante minha trajetória discursos do tipo: ‘ah, se você tivesse um som mais elaborado, com arranjo tal e tal, eu te ouviria’. Eu havia acabado de lançar alguns singles bem produzidos, e a quarentena de repente mudou todo o cenário. Foi aí que comecei a compôr algumas coisas novas, e percebi que o que surgia simboliza algo que sempre fiz: canções singelas que contam uma história ou trazem uma mensagem. Somente eu e meu violão. Talvez isso inspire outros artistas como eu, que vieram do interior ou são independentes e com pouco orçamento.”
Ravenc tem 28 anos, é natural de Santarém, Pará, e se mudou para a capital de São Paulo em 2017, em busca de levar seu trabalho a novos ares e conseguir mais apoio profissional, além de vivenciar novas experiências que se somassem à sua bagagem artística.