terça-feira , 7 maio 2024
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“Tribunal da Internet”: A psicóloga Amanda Fitas comenta sobre os efeitos da Cultura do Cancelamento

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Em 2019, de acordo com o dicionário australiano Macquarie, a “cultura do cancelamento” foi eleita o termo do ano. Esse movimento teve início pela mobilização das vítimas de assédio e abuso sexual, que usavam a hashtag #MeToo nas redes sociais. Em 2017, teve uma visibilidade enorme graças às denúncias realizadas por pessoas famosas e não famosas em Hollywood.

Com o crescimento dos julgamentos dentro da internet, o rumo mudou bastante, e ninguém mais está a salvo da “cultura do cancelamento”, sejam grandes marcas, famosos, políticos e/ou cidadãos comuns. A psicóloga Amanda Fitas comenta sobre esses efeitos na vida das pessoas. “A cultura do cancelamento é extremamente perigosa, a partir do momento em que o julgamento é feito através de um único ponto de vista, muitas vezes sem conhecer as histórias, contextos de vida. Não levamos em consideração a própria empatia, e desconsideramos o que está no interior da outra pessoa, e julga simplesmente um ato, uma ação, um erro”, declara.

A partir da constatação de um ato errado ou conduta reprovável, a sua vida pode mudar de cabeça pra baixo, não só dentro das redes sociais como fora dela, por ter o psicológico abalado. “Isso muitas vezes pode acarretar problemas psicológico, não só para aquela que está sendo julgada como também quem julga. Afinal, quem está com muita crítica dentro de si, sofre por carregar esse excesso ou por ser uma pessoa mais dura consigo mesma. A rejeição em ambos os lados vai trazer danos não só momentâneos como para o futuro”, afirma a psicóloga.

Segundo Amanda Fitas, essa cultura vem como um movimento social, onde as pessoas querem buscar a sua própria justiça ou dizer o que é certo/errado, quem deve ser penalizado e/ou ‘odiado’, ser excluído, porque não se adequa ou foge dos critérios intitulados por elas.

Ela reforça a insegurança das pessoas, como todos estão sempre em busca de serem aceitas, vistas, validadas, amadas, quando elas acham que a qualquer erro podem ser excluídas, acabam preferindo não expressão o que acham e/ou pensam. “Elas sabem que o preço de errar será muito alto e o ser humano quer fugir da dor. Se achar que um comentário pode surgir danos muito sérios e graves, isso faz com que as pessoas se expressem com mais receios e perdem um pouco as suas espontaneidades”, comenta Amanda.

Amanda, que hoje tem 1,5 milhão de seguidores no Instagram, conta que está há mais de 5 anos na internet e revela que o julgamento existe para todos, se você falha, fala algo que deixa um duplo sentido. “No início, eu pensava bastante se iria falar algo de errado, como seria criticada e até mesmo cancelada. Com o passar dos anos, senti que isso foi passando. Eu tenho uma mensagem para passar e vi que se eu ficasse quieta, as pessoas que precisavam desse conteúdo… se eu me calasse, estaria prejudicando essas que seriam beneficiadas. Mas não posso deixar de postar conteúdos que irão ajudar outras pessoas por medo de críticas ou interpretações ruins”, finaliza.

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